terça-feira, 1 de junho de 2010

O que é mesmo?


Com o lugar cheio, os barulhos se confundem. Máquinas, pessoas, pressas, apitos, motores, vozes, gritos. Tudo na mais perfeita das normalidades, ou seja, tudo tão falso e experimentável quanto a perfeição e a normalidade. Nos meus pensamentos os problemas reais, Qual conta a pagar? Que horas é minha consulta? Sobre o que é o trabalho mesmo? Amanhã largo que horas? Essa fila não anda, vai dar tempo? Um menino desses que chamamos de moleque, desses neguinhos, marrom, pardo ou mulato, invisível por assim dizer, que pede por assim pedir. Quer um brilho? Então me dá uns trocados tio? O alto falante do carro do sindicato anuncia, Só com a democratização da comunicação podemos pensar num país mais justo e democrático. Saco minhas moedas e entrego sem olhar para poder não ver. A mesma frase mais uma vez ecoa, Só uma revolução para salvar essa galera! Que horas que eu marquei mesmo?

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