sexta-feira, 30 de julho de 2010

Do horror de uma terra sem perdão


Dos vencidos nos vem a lição,
Dos oprimidos o grito de não.
Mas se a dor se torna vingança esta mata a esperança,
Mas se o holocausto não é apreendido este é revivido
Mas se no muro o lamento é islamista, Auschwitz se torna sionista
E dos judeus se ergue um estado terrorista
E dos hebreus o horror na vista,
E no Líbano o horror no tímpano,
E no santo sepulcro o horror do lucro
E em gaza o horror devassa.
Na terra prometida não há vida
Em Jerusalém não há mais amém
Nos tons variados sobressai o encarnado
Egito não toca seu apito
Estados Unidos para deixá-los munidos
Comunidade internacional para referendar o mal
Ética se corrompe em limpeza étnica
Intifadas se tornam piadas diante de armas teleguiadas
E para cada novo Hamas o mundo brada, “não amarás!”
E para cada seis dias sessenta vidas
E para cada sessenta anos, milhares subtraídas
Perdidas não, que não foram em vão
São baixas na luta pela justiça dos futuros dias
Já que novos messias sempre virão

quinta-feira, 29 de julho de 2010

atirA(s)(R) -TE na história


Arte não é sobre-humana, arte não é redenção, arte é arte. É ode ao tempo que é o seu, é tempo da arte que não é atemporal. Se não datada, historicizada; se maior manifestação da criatividade humana, maior encontro ao limite da prisão. Condicional, racional, enquanto experimental; ilusora, não libertadora. Surge do pensar não do sentir, que este é só o caminho imediato daquele. Arte é conseqüência coletiva travestida de superação individual.
Metafisicamente ou historicamente o poema mais belo de Neruda não difere de um folheto sobre escovação dental.