terça-feira, 1 de junho de 2010

diálogo ou lei do terceiro excluído? Pensem nos quartos!


Pouco à vontade de tanta vontade,
De tanto desejar teu desejo me perco no que crio,
E de teu desejo pouco me animo,
No calendário da lua teus dias são todos, falta o dia em que és todo,
Nas noites cheias me envaideço,
Nos dias novos te busco para me encontrar.
Obvio? Mas, porque não seria obvio amar?
Critico-me para me sustentar. Não há mudanças.
Manterei assim até que a vida se aposse de mim ou se acabe em mim
Não há grandes diferenças entre viver ou morrer, se não fosse a oposição.
Vivo muito, aos poucos morro no desejo de ti,
Desejo, que de tão meu, não quero mais desejar
No desejo há vida, se ele se realiza deixa de existir, morre.
Por isso não quero mais te desejar, para não te ter e parar de desejar você.
E se no desejo de outrem me faço, no teu me calo
Não te importas meu desejo, ele é meu.
E o teu se é por mim guarda para ti
As leis do pensamento parecem só permitir desejar o que não se tem.
Por isso desejas meu desejo?
Ou não há desejo no que já tens?
O que já tenho não é desejo é realização.
Mas não quero me realizar, desejo que ainda não consegui conquistar.
Mas também, há muito de mentira nisso ou de contraditório.
Amo me realizar, só não sei se amor é desejo ou um lugar gostoso de estar.

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