sábado, 22 de outubro de 2011

DesEquilíbrio

Quando experimentei a gangorra,
Já era grande.
Quando mergulhei,
Me perdi entre as águas,
De tão pequeno.
Quando achei o meu par,
Encarei revoltas,
De tão intenso ser.
Quando veio me falar,
Não achei as palavras,
De tão maldosa cegueira.
Quando fui me mostrar,
Mostrei o lado errado,
De tão inocente.

E o lado de lá da gangorra
Parecia mais leve.
Avistava acima
E por cima só o cinza
E mais acima só o frio.

E eu cá embaixo,
Achando que o brinquedo pendeu para o meu lado,
(Pela lei de Newton)
Me esqueci  da natureza de minha parceria,
Que estava onde sempre esteve,
No seu habitat cósmico,
No qual nunca pude chegar,
Onde não alcanço;
E meus olhos inexperientes,
Sequer veem;
E meu pensamento retopositivo,
Sequer imagina;
E meu corpo, cismada matéria,
Sequer toca;
E meu tempo, tique-taque de vício,
Sequer espaça;
E meus sentidos, aperreados,
Sequer percebem;
E minha vida, enjaulada,
Sequer expande.

Mas, de lá,
Onde minha criança vive,
Trovejou um raio.
De uma boca de céu
Iuminou um sorriso.
Do frio,
Se apressou uma chuva.
Enquanto a lua coroava,
A balança ( momento mágico),
Para lá lançou.

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