domingo, 18 de setembro de 2011

Poema de agora.

O que é esse sempre?
Esse sempre dito sempre?

Quais significados impõem ao sempre?

Quando te vi, te reconheci como sempre.
Um sempre passado e doce como à uva;
Sensação que trago comigo desde sempre
Que sempre é meu;
Mas sequer me lembro do meu passado infantil,
Que dirá do meu sempre passado fetal?
O que dirá então o meu sempre ancestral?

Acreditamos, somos para sempre, no sempre futuro do devir imponderável, sempre;
Agonizante na certeza.
Agoniaste de esperança.
Mas que sempre será esse do virá?
Compromisso irrealizável?
Mortificado pelo indelével fim de sempre?

Que rumos tomará o tal do sempre,
E para onde nos navegará?
Em qual destino cósmico nos levará?
Ora, para o lugar aceitado-nos como para sempre,
Intuído-nos que existe antes e depois de nós,
Inconcebível sempre.
Sempre aprisionado pela limitada existência.

O sempre estático não me interessa.
O sempre remissivo me repele.
O sempre vindouro me assassina.

Quero o sempre da mudança,
Da criação,
Da revolução que nada deixa no lugar deste sempre presente.

E agora o tempo escorre o de sempre;
Viveremos o presente?


Nenhum comentário:

Postar um comentário