Enquanto o dia te confronta,
E a noite te assusta,
Você reage assim,
Se encrua,
Em seu sono amazônico,
Que suprime espaços, tal um supersônico.
Se a dor do teu ventre sobe,
Se arraiga em sua mente,
Seu luto você precisará mentir,
Mas não há pecado a confessar,
No seu sono, o amazônico,
Que, de tão leve, irônico.
E quando o amor egoísta franze a tez
Lhe exige desculpas pelo que és,
Lhe induz a afirmar o que nega:
A distinção entre fato e amor que não enxerga.
Então vá para o seu amazônico sono
Que, quem sabe amanhã, será o tônico.
Onde o sol ilumina,
Mais uma bifurcação em sua trilha,
Não confronta,
Não confunde,
Não encara.
O breu lhe conforta
Neste seu sono, amazônico,
Que já se faz crônico
Entretanto a ausência dói,
O querer não mais te compraz.
O tempo precisa ser conjugado
Para reparar seu sono;
Aquele seu sono, o amazônico,
De perto trágico, de longe cômico.
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