sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Crisis

Não há contágio,
Não há o que temer.
Se vibra, não é ensaio,
É a vida que vai desvivendo;
Que está perdida,
Que não tem mais norte,
Nem é dirigida.
Está à sorte.
Se não perdeu seu sentido biológico,
Perdeu-se em meio aos sinais,
Não se sabe mais o que faz;
Será um eterno desfaz e refaz,
Sem um momento de paz ou de estabilidade,
Sempre em crise (é condicional).
E se em algum momento a brisa acalma,
Arranja-se um conflito, um tufão a sorver,
Visto que inimigos sempre hão de ter
Que os dias sempre vão correr
Nesse mundo que dá voltas em si mesmo,
Achando que assim não ficará a esmo,
Achando que a referência do Sol é suficiente,
Ignorando outros sóis existentes,
Pensando que a Lua orbita apenas por sua influência
E se esconde assim na ciência.
Mas não a sua, transcendental,
E sim a humana, sempre servil,
Isso para não dizer vil.
Talvez seja besteira
De uma cabeça que percebe a clareira
E tudo que é verde em tom pastel:
Sol, Lua ou Terra não são de saber,
Ao menos a sapiência que impomos;
Essa mesma que não é contagiosa
E cria sentidos que não dão conta
Do que é humano ou além;
É inexoravelmente aquém.
Então confunde,
Cria a angústia, sempre perturbadora;
Por vezes, com a força criadora,
Por vezes destruidora.
É que não somos nós, tão somente, que damos o sentido;
É-nos dado enquanto resignificamos,
Mas ele já vem maculado, corrupto.
Como fazer nascer de algo podre o saudável?

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