sábado, 25 de setembro de 2010

Obsessiv@

Queria fazer um poema para ti, mas só penso em mim. Farei, assim, um poema para nós. Não, esqueça! O poema será sobre terceiros. Não, melhor, será um poema sobre a dor que deveras sinto. Ou invento, ou cuido, ou finjo. Desisti de tudo que faria, pois quero te ouvir e te compreender. Apreender-te já seria demais, mistérios sempre existem. Na verdade sinto-me deseperado, querendo estar cada vez mais próximo de ti, sem, no entanto, nos sufocar. Quero dizer algo que te atinja tão profundamente que te transforme. Atingir-te não, tocar-te. Tocar-te seria suficiente para meu desejo? Pouco importa, ele é irrealizável. Queria desejar o teu desejo. Querer tua querência. Amar teu amor. Então em mim farei o poema para ti. Marcar-me ei de ti. Forjar-me-ei de ti. Inebriar-me-ei de ti. E realizar-me-ei de ti. Principalmente se te mostrares a mim; sei que quando te mostras não percebo. Pois te ouvirei. Diga para mim. Fale de si. Conte-me de mim.

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