Minha carcaça não é de ferro,
Se me apertares muito berro,
Já sabes que sou feito de barro,
Nada mais que areia e terra.
Mas apesar de minhas fraquezas,
De me perder em incertezas,
Sou forte como um touro,
É difícil tirar meu couro.
Se conseguires adentrar minhas entranhas,
Aí sim me ganhas,
É que gosto de sangrar,
Sentir meus miolos a estourar.
Não penses em masoquismo ou perversões,
Eu aprendi que a vida machuca,
O que ela pede são ações,
E não a ilusão de pretensas proteções.
E vou assim compreendendo a vida,
Se num momento me surpreende uma mordida,
No segundo seguinte vou admirá-la,
Pois só assim posso amá-la.